Riscos dos Certificados do Tesouro
Os Certificados do Tesouro, por serem um produto financeiro de dívida pública, emitido pelo Estado Português, são considerados um investimento bastante seguro. Porém, é preciso estar ciente de que não estão totalmente isentos de riscos.
Este produto financeiro é particularmente interessante para os pequenos investidores que têm pouco dinheiro disponível para rentabilizar. Pode ser subscrito a partir de mil euros e o dinheiro investido pode ser resgatado seis meses após a data de subscrição, com a perda de juros.
Os Certificados do Tesouro constituíram-se como uma solução de investimento de médio e longo prazo, apresentando uma rentabilidade particularmente atractiva após o quinto ano de subscrição. São a melhor solução que existe no mercado, à luz das condições actuais, nas subscrições a 5 e 10 anos.
O risco da reestruturação da dívida pública
Numa fase tão conturbada, em termos económicos, da vida europeia, não se pode dizer que os Certificados do Tesouro são um produto sem riscos. Vivemos um momento de grande imprevisibilidade e o governo vem anunciando, sucessivamente, diversas alterações no sentido de aplicar mudanças profundas na máquina estatal e na sociedade portuguesa em geral.
Ora se à partida os Certificados do Tesouro têm garantia de capital, há riscos sérios caso se verifique uma reestruturação da dívida pública. Se isso vier a ocorrer, a mão do Estado poderá atingir não apenas os Bancos privados.
É certo que é uma hipótese remota, mas pode acontecer o Estado decidir pelo não pagamento dos juros acordados no âmbito dos Certificados do Tesouro ou pelo não reembolso do capital.
Há sempre a possibilidade de o Estado modificar as condições iniciais de subscrição dos Certificados do Tesouro. De resto, foi precisamente isso que se fez em 2008, com os Certificados de Aforro, quando se alteraram as suas regras de rentabilidade.
Juros elevados indiciam alto risco
As taxas de juro que se praticam, presentemente, no âmbito das remunerações nos Certificados do Tesouro são um indício claro dos riscos associados a este produto financeiro. Se o juro sobe, é porque o risco aumentou.
Todavia, os Certificados do Tesouro, como emissões do Estado (ver legislação sobre os certificados do tesouro), mantêm-se como um produto relativamente seguro, até porque têm como público-alvo os pequenos aforradores, isto é, as famílias. Será pouco provável que o Estado decida ficar com o dinheiro destes pequenos investidores, a não ser que as coisas corram mesmo muito mal.
Compre dívida pública, mas com moderação
De qualquer modo, é sempre conveniente agir com cuidados redobrados, na hora de investir o dinheiro das poupanças. É recomendável que não se exceda mais de 25 por cento das poupanças em produtos financeiros do Estado, sejam Certificados do Tesouro, Obrigações do Tesouro ou Certificados de Aforro. Cuidados e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, diz o senso comum e com muita razão!
O investidor ideal deve diversificar a sua carteira de investimentos, procurando diferentes produtos e soluções que possam suscitar uma rentabilidade interessante. Ao mesmo tempo, é uma garantia de que nem todo o dinheiro será perdido, em casa de se proceder a uma má decisão.