Certificados do Tesouro são bom investimento e serão seguros?
Os Certificados do Tesouro são uma solução de investimento que foi lançada pelo Estado Português em Julho de 2010. Trata-se de um instrumento de dívida pública que surgiu como forma mais rentável de poupança do que os Certificados de Aforro.
Constitui um produto que junta as vantagens de liquidez dos Certificados de Aforro e o rendimento proporcionado pelas Obrigações do Tesouro, tratando-se de uma solução com poucos ou nenhuns riscos.
Produto financeiro com a garantia do Estado
Esta aplicação de poupança da dívida pública vem juntar-se aos Certificados de Aforro, aos Bilhetes de Tesouro e às Obrigações do Tesouro, entre as alternativas de investimento existentes para os particulares com a garantia do Estado.
Esta circunstância de se tratar uma solução financeira emitida pelo Estado concede ao investimento feito um risco menor do que noutras circunstâncias. Tanto mais que se trata de um produto com condições previamente determinadas.
Porém, é preciso ter em conta que os Certificados do Tesouro estão indexados às taxas de juro praticadas nos Bilhetes do Tesouro e/ou à Euribor a 12 meses. Portanto, os rendimentos finais dependerão sempre de uma certa volatilidade do mercado.
É certo, contudo, que o dinheiro aplicado não se perderá, pois não é de crer que o Estado declare a falência, por mais dificuldades que possam surgir. Já o montante final das remunerações obtidas poderá depender de futuras medidas governamentais, em função da reestruturação económica que vem sendo levada a cabo por causa da crise.
Certificados do Tesouro rendem triplo dos Certificados de Aforro
Os Certificados do Tesouro constituem uma excelente solução para pequenos aforradores no longo prazo. Em investimentos a cinco anos, este produto financeiro tem uma rentabilidade muito superior aos Certificados de Aforro, podendo render quase o triplo relativamente a este produto mais tradicional.
É preciso, contudo, ter em mente que as condições do mercado poderão modificar-se nos próximos tempos, designadamente no campo das taxas de juro, o que poderá influir quer os rendimentos no âmbito dos Certificados de Aforro, quer no domínio dos Certificados do Tesouro.
Nas condições presentes, de desconfiança por causa da crise económica, as Obrigações do Tesouro oferecem-se como mecanismos mais rentáveis, enquanto os Certificados de Aforro estão em níveis bastante baixos, fruto de uma Euribor a 3 meses (o indexante deste produto de aforro) bastante baixa. À medida que a dívida pública portuguesa recupere a credibilidade perdida, o rendimento das Obrigações do Tesouro (e por inerência dos Certificados do Tesouro) tenderá a descer.
Solução menos vantajosa a curto prazo
Os Certificados do Tesouro são uma opção pouco interessante para quem pretende fazer investimentos a menos de cinco anos. Para esses casos, há depósitos a prazo, em algumas entidades bancárias, com condições muito mais vantajosas e mais rentáveis. Até os Certificados de Aforro se constituem como soluções mais vantajosas para investimentos a quatro anos ou menos.
Assim, os Certificados do Tesouro poderão ser um bom investimento apenas para quem pode abdicar do dinheiro a aplicar por, pelo menos, cinco anos. Para prazos inferiores o melhor é escolher um bom depósito a prazo.